Hoje vamos falar sobre Vinho!
Foto Pinterest
Porque um amigo na cozinha é
geralmente amigo de um bom vinho, o tema de hoje é precisamente sobre aquele
que é conhecido como o néctar dos deuses, que tem uma importância histórica
inquestionável e um lugar cativo deste tempos remotos na literatura, mitologia,
religião, ciência e… gastronomia. Sim, porque é sobejamente conhecido que um
bom vinho ajuda a apreciar um bom prato!
Os enólogos atribuem a sua origem a
um acaso, quiçá após alguém acidentalmente se ter esquecido de um pequeno
número de uvas amassadas dentro de um qualquer recipiente. E desta singela e
feliz coincidência surgiu então esta bebida, que tem hoje o seu papel mais do
que assumido na vida dos homens, nas sociedades e na própria vida em sociedade.
Bom, mas vamos lá conhecer melhor o
Vinho?
Como se produz
Muito sucintamente, o vinho é um
produto obtido através da fermentação alcoólica total ou parcial das uvas
frescas (pisadas ou não) ou do mosto de uva, sendo que a sua qualidade é
determinada pela própria qualidade dos cachos e das suas características
particulares.
Consequentemente é de extrema
importância determinar a data certa da vindima, pois dado que a uva vai
transformando os seus ácidos em açúcar e aumentado a previsibilidade do álcool,
uma vindima precipitada vai resultar num vinho desequilibrado com muitos
ácidos, poucos açúcares e baixo teor de álcool, enquanto uma vindima demasiado tardia
dará um vinho rico em álcool mas com pouco acidez. Assim, cada casta tem o seu
equilíbrio de açúcares/ácidos e cada produtor tem de saber encontrar a relação
que mais lhe interessa.
O
Vinho à mesa
Imagem de livre utilização (pixbay)
Quase toda a gente sabe que o Vinho
deve ser servido à mesa mediante regras básicas: os mariscos acompanham-se com
verde ou branco acídulo; o peixe com vinho branco; a carne com tinto; as
sobremesas com vinhos licorosos ou espumantes mais ou menos doces.
Outro truque passa por identificar
os aromas e sabores do prato e tentar encontrar correspondência nos vinhos,
isto é, para pratos aromáticos, vinhos aromáticos; para pratos ácidos, vinhos
ácidos; para pratos doces, vinhos doces; etc.
De qualquer forma, e apesar destas
orientações geralmente resultarem bem, nem sempre são certeiras e, por vezes,
uma má harmonização pode não gerar bom resultado, sobretudo em pratos que saem
do tradicional ou até mesmo da própria definição carne/peixe/mariscos.
Assim, por exemplo, para os
aperitivos o acompanhamento ideal é um Moscatel, um vinho do Porto ou vinhos
brancos leves e aromáticos. Entretanto, sendo o branco ideal para o peixe
também se adequa um rosé, embora a sardinha em particular peça um vinho verde.
Os saborosos pratos italianos, como o risotto,
pedem vinhos brancos macios e com boa acidez, sendo que as saladas temperadas
com vinagre ou limão são melhor saboreadas com um vinho de maior teor de
acidez. Para o tão requisitado sushi, o ideal é optar por vinhos brancos, leves
e frescos, bem como rosés ou espumantes.
Sugestões de vinhos
para 2016
Foto livre de direitos (picjumbo)
Não sendo particular especialista,
já que estamos a falar de vinhos, gostaria de deixar aqui algumas sugestões.
Para isso, cito o jornal Observador, que no final do ano passado selecionou 10
vinhos para este ano de diferentes regiões, do Dão à Costa Vicentina. Sem
querer plagiar, vou então aproveitar (e seguir) as sugestões:
1. Tiago
Cabaço, Alicante Bouschet 2012 — Alentejo
2. Tyto Alba,
Touriga Nacional 2012 — Companhia das Lezírias
3. Carm, Maria
de Lourdes 2008 — Douro
4. Ribeiro
Santo DOC branco Escolha 20,07 — Dão
5. Quinta das
Murças Reserva Tinto 2011 — Douro
6. Carvalhas
Tinta Francisca 2011 — Douro
7. Casal
Figueira António Branco 2013 — Região de Lisboa
8. Muros de
Melgaço Alvarinho 2014 — Região dos Vinhos Verdes
9. Preto
Branco Reserva Tinto 2008, Quinta do Encontro — Bairrada
1. Vicentino
Sauvignon Blanc 2014 — Costa Vicentina
Para além disso, podemos
experimentar vinhos galardoados. Assim, fiquem a saber que no ano passado a Wine
Spectator - revista norte-americana especializada em vinhos – colocou 5 vinhos
portugueses entre os melhores do mundo: Taylor Fladgate Late Bottled Vintage
2009, Blandy’s Bual Madeira 2002, Quinta do Crasto Douro Superior tinto 2012, Duorum
Douro tinto 2013 e o Porca da Murça tinto 2013, este último o mais barato entre
a centena de vinhos destacados pela prestigiada publicação (cerca de 3€). Já em
2014, a mesma revista tinha eleito o Dow’s Porto Vintage 2011 como o melhor
vinho do mundo!
Enoturismo
Imagem de livre utilização (pixbay)
Não queria deixar de falar de outro
tema relacionado com o Vinho que considero muito interessante: o enoturismo.
Com efeito, nos últimos anos temos
vindo a presenciar o desenvolvimento de uma área do Turismo muito interessante,
que se baseia na viagem motivada pela apreciação dos sabores e aromas do vinho,
que leva a conhecer a história, tradições e cultura das localidades que o
produzem.
Particularmente em Portugal, o
reconhecimento dos nossos vinhos tem vindo a ganhar forte projecção dentro e
fora das nossas fronteiras, pelo que as adegas e quintas vinícolas reinventaram-se
para revelar a sua história a turistas ávidos de experiências marcantes, que
apreciam o que é genuíno. Por isso, hoje existem roteiros enoturísticos, quer
rurais quer urbanos, que enaltecem o a vinha, a cultura vínica e o nosso vinho.
Neste contexto, e se são bons
apreciadores de vinhos, podem participar em provas de vinho organizadas por
estas adegas e quintas, que possibilitam aos visitantes, hóspedes e residentes
celebrar a arte do vinho e aprofundar a sua cultura enológica.
Aliás,
uma prova de vinho não tem mesmo de ser encarada apenas no âmbito comercial ou
profissional. Se têm paixão pelo Vinho podem apreciá-lo de uma forma lúdica,
organizando uma prova num aniversário ou convívio, ou até mesmo num casamento
ou qualquer outra ocasião especial. Neste caso só terão de contratar uma empresa de catering profissional para festas que ajude a recriar o ambiente certo para desfrutarem dos
aromas e sabores do Vinho com os vossos amigos!
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